sábado, 29 de maio de 2010

Entre o tempo e a noite

Lugares sagrados.
Fontes de inspiração
Entes dormindo apagados
Sentidos, contados nos dedos da mão

Solilóquios
Eloquentes
                 sonâmbulos
Deixam-me cansada

Sou eu hoje, amanhã talvez não

                         CRIA!

Queria,
         talvez
Ser um pouco de mim
Um pouco mais de mim
Entrelaçada nos meandros do destino

E quem é que sabe o que isso é?

Eu não.
E não tenho essa pretensão.

Apenas sou mais um cruzado neste jogo que
nunca
há-de acabar

Hoje sou de fogo
Asas despertas pelo calor do vulcão

Amanhã feita de gelo e de vãs recordações
Recuperadas de um glaciar degelado

Sono. Só sinto sono.
E quero dormir na certeza de acordar
para um amanhã melhor

Se me perder entre o tempo e a noite
Ao menos sei que o caminho não é longo demais

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Etrom e Opmet

Cada dia é mais um dia
Perdido na imensidão das horas

E lá ao longe,
                    duas sombras vagueiam
à procura de luz

Sinto a força que me atrai para o seu vício
Sinto a alma divagar dentro de mim

Sou sua escrava
Sou sua escrava

Não depende de mim o fim

Ponto
Final

As horas que se partem em bruscas madrugadas
O que eles sabem é o que nos dizem
Que amanhã não se sabe
Se virá

Talvez

É permitido sonhar É permitido sonhar É permitido sonhar
Este sonho intermitente

E quando o vermelho abrir
É só nesse dia que tudo prende e tudo leva
É só nesse dia que Etrom e Opmet nos envolvem nas suas brisas quentes

"VIVE"
Parecem sussurrar

Murmurando que no dia em que ouvirmos a sua voz será tarde demais

E lá ao longe,
                   duas sombras vagueiam
à procura de luz

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Palavras

Eu não sou poeta.
Não tenho a pretensão de o ser.
O sentido das minhas palavras perde-se
    quando são proferidas
Vagueia

Quando as penso soam-me a poesia
Quando as escrevo cheiram-me a poesia
Quando as digo, ALTO,
Quando as grito elas perdem-se por aí

E então eu deixo de ser poeta
Deixo de saber o sentido destas palavras
Elas perdem-se por estradas desconhecidas

E quem as encontra
Faz delas o que quiser
                Rasga-as,
Parte-as,
               Entrega-as a um deus qualquer
Que eu nem conheço

E as minhas palavras soam diferentes

E as minhas palavras soam, diferentes,
        soam ao mundo e não só a mim.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sublime

De olhos vendados,
      em crise
Sonhos dissipados,
           deixados para depois
Num dia qualquer quando houver tempo
para nós os dois

A acreditar num futuro
Que será melhor
Se é que virá
E se nunca houver o amanhã?

A verdade é que não nos podemos deixar abater
Pelas marcas que o mundo nos imprime

Somos só
Tu e Eu
E este pensamento é Sublime...

Saber que algures no mundo
estás tu
Que algures pensas em mim
Saber isso faz-me sorrir

Assim...

Cada dia é mais um dia

e amanhã
apesar da chuva e do frio
ainda vamos estar aqui