Uma palavra de todos os dias. Um gesto. Uma canção. Em cada dia uma cor. Em cada dia um pouco de nós.
sábado, 20 de setembro de 2008
Chuva
Às vezes é difícil aceitar que não temos palavras que possam mudar o mundo. Mas há dias assim. Dias em que o deserto em que nos tornámos nos seca por dentro, dias em que a sombra pesada desses dias em que não somos ninguém nos esmaga em vez de nos abrigar. E nesses dias sofremos. Mas o que é, afinal, o sofrimento de não ser? É apenas a saudade que fica de já ter sido, de já termos tido, de já termos dado...O que fica de nós é o tempo que damos. E o tempo foge. Não sobra nada...Perseguimo-nos ainda, pensando que voltaremos ao que fomos, mas não somos, já não somos, e o que éramos já se perdeu. Deixei-me de nostalgias. Se aceitar que em mim já não há nada, talvez arranje lugar para que alguma coisa nova possa crescer. É assim. Às vezes é difícil aceitar que não temos palavras que possam mudar o mundo. Nesses dias, sentamo-nos à janela e vemos a chuva cair. A chuva lava e purifica. Por dentro eu não sou nada. Sou portanto uma nova folha de papel em que posso escrever. Já não sou o tempo que já não tenho. Por dentro, renasço. Deixo-me de nostalgias. Não posso mudar o mundo mas posso mudar-me a mim.
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1 comentário:
Para uma alma nobre:
Pelo passado e pelo futuro não desistas de ti, dos teus sonhos mais profundos. O mundo pode parecer que conspira contra ti, contra os teus desejos, contra àquilo que mereces. Mas o teu destino também depende de ti.
"Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
Valete, Frates "
Conta comigo!
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