Munique: A cidade dos cheiros e dos sons. Onde me perdia vezes sem conta, em pensamento, sem pensar...Onde fui eu tantas vezes, onde quis ser diferente...Onde chorei e senti saudade, onde gritei de felicidade...Onde ainda hoje vou quando me quero lembrar.
Quando entrámos em Munique, à primeira luz da manhã, a visão de Marienplatz, majestosa e pintada, quase de fresco...Foi amor à primeira vista. Estávamos no único lugar no mundo onde deveríamos estar. Depois do metro, escuro e sem vida, foi um sopro de felicidade. Quando se sai do metro em Marienplatz, depois de horas intermináveis de viagem, é como se se renascesse. Nós não acabávamos de chegar, simplesmente fazíamos parte da pintura. O coração quase que para e quer explodir de emoção. É inexplicável.
E assim se entra na cidade que será a nossa vida.
Devagar, primeiro com medo, até sermos esmagados pela sensação de felicidade...
Por mais uns tempos, a realidade dura das malas pesadas, o encontrar das nossas casas nos próximos tempos, o descobrir de uma cidade que nos abraça e nos sufoca porque ainda não sabemos onde nos situar.
Por pouco tempo.
Vêm os dias e as noites. E o cheiro a nozes caramelizadas e a fruta com chocolate. E o som dos violinos e das vozes afinadas pela vida. E os homens estátua. E toda a gente que nos passa à frente e que nunca nos vai chegar a conhecer.
Munique enche-nos.
Deixa-nos cheios de pensamentos, de saudade, de sonhos. Enche-nos de amigos e de vontade de ficar...
Lá longe, está também um bocadinho de nós. E o coração aperta-se com a divisão que sente. Ora se sente frio, ora se sente quente...Está apertado, só...
Mas onde estamos agora, será que importa? Levamos sempre connosco aquilo que é importante, cá dentro. E o nosso lugar no mundo ainda não está definido, mas sabemos que o que importa é aquilo que somos. E isso nunca nos deixa.
A saudade fica. Dos lugares e das pessoas que conhecemos. Mas tudo valeu a pena e fez-nos crescer.
Eternamente com saudades de alguma coisa...Assim somos nós.
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