quarta-feira, 28 de julho de 2010

ImensaMente (Num dia qualquer de 2007:))

Andava pela rua e perguntava-se qual era o propósito da chuva cair. E o tempo passava, enquanto andava, e nem via que era, também, o mundo que estava todo a cair; e o muro da casa, e a porta rachada...E enquanto andava não via que a estrada parecia ruir, e o caminho fugir. Sabia que não era um pássaro e não podia voar, por isso continuava a andar como se tudo dependesse de nunca parar.

E de repente, todas as coisas lhe gritavam. E as janelas fechadas eram mundos que não tinha pressa de conhecer. Respirava o fumo dos carros, inalava a vida que desejava alcançar.  E as horas sucediam-se e o medo de (se) perder a latejar, de fraquejar, de ter de parar sem contar. E os olhos, quase fechados, semi-cerrados pela vontade de chorar. E, sem ter já força, continuava a andar e sabia que o sol ia acabar por se apagar e a rua ia ficar deserta e a vida ia acabar por se tornar incerta, como o caminho, e ia ter de reconhecer que, às vezes, é preciso parar para não morrer...

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