terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Trecho de um sonho que tiveram

Cada folha era uma mão
Que se abria timidamente
Primeiro
Depois voraz como o vento
Sorria
E deixava-me presa no seu divagar

Eu achava que percebia de todas as coisas
Que me podia perder por momentos
E a seguir ser eu de novo

Não pensava no tempo que passava
No tanto que eu não dava
De mim

Deixava-me desfolhar
E as mãos fechadas
Que eram minhas
Não ficavam

Eu era a personagem deste sonho
Que embora alheio
Me deixava nas mãos a incerteza
De quem sou

Era eu um livro
Cujas páginas não se souberam ler

Era eu a imensa vontade
De crescer

Num sonho que tiveram
A impaciência e a ânsia de viver

Sem comentários: