Cada folha era uma mão
Que se abria timidamente
Primeiro
Depois voraz como o vento
Sorria
E deixava-me presa no seu divagar
Eu achava que percebia de todas as coisas
Que me podia perder por momentos
E a seguir ser eu de novo
Não pensava no tempo que passava
No tanto que eu não dava
De mim
Deixava-me desfolhar
E as mãos fechadas
Que eram minhas
Não ficavam
Eu era a personagem deste sonho
Que embora alheio
Me deixava nas mãos a incerteza
De quem sou
Era eu um livro
Cujas páginas não se souberam ler
Era eu a imensa vontade
De crescer
Num sonho que tiveram
A impaciência e a ânsia de viver
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