quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O que encontramos no caminho

Hoje apetece-me caminhar. Pegar nas malas e partir à procura do amanhã. Sem ter de pensar no agora, nas dificuldades que o tempo nos traz, sem reflectir...Só ir. E deixar para trás tudo aquilo que não interessa. Porque não nos alimentamos do passado mas de coisas reais, como o estranho ao nosso lado, o sol do meio dia, a estrada empoeirada...Não vejo no caminho buracos que tema. No tecido e nas cores dos dias não há ainda manchas deixadas pelo futuro. E é, portanto, para lá que me dirijo. Vou com passo acelerado, quase que voo, quase que sou empurrada pelo vento, arrastada...Mas a vontade de me mover depressa deixa-me extasiada. E o simples pensar no fim do caminho deixa-me com vontade de correr. E corro. E o meu coração acelera e cansa-se e diz-me, "vai devagar, só um bocadinho...". E eu volto a caminhar, um pouco lentamente, de passo suave a altruísta, deixo-me só afastar...E não olho para trás. Porque o que passou não me interessa. E o que me move é apenas a maravilhosa sensação de me dirigir a algum lugar. E assim vou, devagar. "Devagar se vai ao longe" e a sensação da espera enche-me os pulmões de ar puro e de alegria. Porque caminhando vou e sei que o caminho que faço é também aquilo que sou. E se eu sou o futuro então o que mais poderei querer ser?...

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